domingo, 29 de junho de 2014

Ensaio sobre a tristeza




Hoje o dia amanheceu um pouco mais cinza que o normal.
Não ouvi os passarinhos assobiando suas canções por aí, não ouvi o som de fundo da tv ao fim do corredor. Até a mais festiva vizinhança abstia se em discrição.
Os raios de sol existiam. O sol sempre brilha não é mesmo?  Mas hoje em meu planeta com sua tímida atmosfera resolveu se encobrir das mais densas nuvens, o ar estava demasiadamente carregado deste sentimento.
Repousei em minha cama, pois já não encontrava mais forças para me levantar. Tampava o pouco feixe de luz que entrava em meu quarto com minhas mãos, quem sabe assim, as lágrimas seriam contidas, onde não há luz, não há vida.
Mas as lágrimas insistiam em sair, como um último gesto desesperado de uma alma magoada que não cabia mais dentro de meu próprio corpo. Sentimento em forma visível.
Não foi necessário alguma notícia chegar em meus ouvidos, como eu disse, se você é sensível, pega no ar. E se ela não está bem, dificilmente estarei.
A vida.
Tão pouco sabemos sobre ela e nos achamos os donos do mundo! Que também não passa de um pequeno pedaço de poeira estelar deste universo imensurável.
E como somos fracos diante da vida quando ela nos tira algo, e somos nada quando ela nos tira alguém.
 Nos parece injusto! O que temos nessa vida? Viemos nus e a sós, e nos vamos sós com pouca sorte, cobertos por alguns panos.
Ficamos sem chão quando percebemos que um momento estamos aqui, e no outro, não cabe a nós vivos tentarmos descobrir. Pra onde nossa alma vai, só saberemos quando estivermos lá.
Mas nesse dia nublado, elevei meus pensamentos aos céus, me questionando o por quê.
Por quê as pessoas se vão, se vão suas risadas, seus abraços, seu " te amo " vira uma lembrança no tempo? Pra onde se vai tudo isso, se quando queremos aquilo, nosso corpo transforma saudade em  tristeza para fora em forma líquida e dor no peito?...
A noite hoje será gelada, não terei você tão perto para aquecer me.
Mas quem sabe na próxima previsão do tempo, essa sensação de claustrofobia dentro de nosso planeta se transforme em raios de sol que possam aquecer meu rosto, iluminar meus olhos, e enxer me de esperança que um dia, estaremos juntos nesse universo novamente.

Esteja onde estiver, sentirei sua falta até lá.



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