Ela acredita em tanta coisa. E é simples. Ela preserva sentimentos. Conserva memórias. E é tão esquecida. Ela é um passo mal dado, e outros bem andados. Ela é sonho, confusão. Ela é espanto. Ela é canto. E soa como sino. Sua sina é ser quem é.
Ela é cachaça. Ressaca do não entendido. Ela tenta desvendar mistérios. Ela diz falar sério, mas faz piada de quase tudo.
As vezes, ela é criado-mudo. As vezes, é um grito absurdo. E ecoa. Ela acredita na bondade. Sente como nunca, o avançar das idades. Quer sair e colorir o mundo.
Ela é um livro com páginas em branco. É a saudade dos seus diários de 1998. É Alice conversando com o Gato de Botas. Ela é imprevisível - você sabe o que quero dizer. Ela carrega no coração sentimentos de um verão e de uma vida toda. Ela é isso, todas as estações.
Ela chora rios. Em suas encostas guarda algumas mágoas. Na suas costas carrega o peso disso. Pra não se afogar nessas águas, ela flui e deságua. E muda a rota.
Ela é pessoal, particular, lunar, se insinua pra se libertar. Mas foge vez em quando. Tem medo e sente calafrios na espinha. Num súbito momento se veste de coragem e enfrenta o adverso.
Ela é isso, verso.
Escreve suas próprias linhas.
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